A cada ano que passa, felizmente, torna-se mais comum a abertura das pessoas em discutir sobre saúde mental. Em tempos passados, era frequente que indivíduos sentissem vergonha ao admitir que não estavam em um estado emocional favorável. Contudo, hoje em dia, muitas pessoas já compreenderam que todos podem enfrentar desafios ligados ao aspecto emocional e que conversar a respeito disso é uma temática não apenas corriqueira, mas também de extrema importância. Apesar de muitas pessoas ainda encontrarem barreiras para falar, as coisas têm evoluído nesse sentido. Uma das expressões notáveis dessa tendência é o Setembro Amarelo, uma iniciativa que se propõe a conscientizar sobre a prevenção do suicídio e outras questões de saúde mental.
Alguns prognósticos sugerem que a depressão e a ansiedade assumirão um papel proeminente como as principais preocupações de saúde nas próximas décadas. A sociedade está passando por transformações notáveis e, nesse processo, emergem as aflições emocionais. Vivemos em uma cultura onde a busca pela excelência é incessante; a pressão para estar no topo é uma realidade constante, e isso está afetando imensamente a saúde de muitos indivíduos. Além disso, entramos na era em que os erros persistem. Uma opinião mal formulada ou um deslize momentâneo podem ser registrados e lembrados eternamente nas redes sociais, por vezes prejudicando alguém ao longo de anos. Questões como essas alimentam a ansiedade e mantêm as pessoas em um estado constante de vigilância.
Também não é raro que, em meio a uma rotina cada vez mais agitada e com menos tempo disponível, aspectos que já foram habituais para uma geração anterior agora se assemelhem a luxos para a geração atual. Atualmente, é comum que as pessoas deixem de lado uma alimentação equilibrada, mesmo possuindo a capacidade de se alimentar de maneira saudável. A velocidade tornou-se um requisito: tudo deve ser rápido e pré-preparado, contanto que seja saboroso. Raramente sobra tempo para fazer uma refeição de forma tranquila.
A questão da hidratação segue o mesmo ritmo. Com frequência, as pessoas não percebem que podem ter consumido sequer a metade da quantidade necessária de água. Embora substituições como sucos e outras bebidas industrializadas possam saciar a sede, elas não desempenham o papel adequado que a água desempenharia.
Se abordarmos a prática de exercícios físicos, a situação se complica ainda mais. Muitas pessoas argumentam que nem sequer possuem o tempo necessário para cumprir com as obrigações diárias, quanto mais terem tempo para frequentar uma academia ou se exercitar de alguma forma. Quando todos esses fatores chegam a afetar o sono, cria-se um cenário propício para uma explosão de questões emocionais.
Claramente, esses fatores não ocupam a posição central, mas servem como alicerces fundamentais. Quando esses elementos não estão bem ajustados, é provável que a pessoa enfrente obstáculos mais complexos ao enfrentar os dilemas da vida, especialmente aqueles que derivam de fontes mais profundas.
O Setembro Amarelo tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a prevenção ao suicídio e sobre a relevância do cuidado com a saúde mental. É uma realidade comum que todos, em algum momento de suas trajetórias, passarão por problemas emocionais, e esse momento deve ser abordado com naturalidade. Assim como buscamos apoio médico ao enfrentar dores ou outros desconfortos físicos, é imprescindível procurar ajuda de um profissional de saúde mental quando reconhecemos que nossos aspectos emocionais não estão em equilíbrio. A essência do Setembro Amarelo reside na prevenção do suicídio, tendo em vista que o Ministério da Saúde registrou mais de 12.000 casos anualmente em períodos recentes.
Embora tenha ganhado maior visibilidade nas conversas cotidianas nos últimos tempos, ainda persiste a necessidade de desmistificar alguns tabus e preconceitos associados a buscar ajuda. Aqueles que estão enfrentando desafios de maneira alguma são fracos ou inferiores a outros. Aliás, muitas vezes, problemas de saúde mental surgem devido a desequilíbrios em substâncias no corpo, que podem ser corrigidos com facilidade. Da mesma forma como fazemos exames de sangue e, em muitas ocasiões, precisamos repor deficiências vitamínicas, o mesmo ocorre no contexto da saúde mental. Em determinadas situações, o que uma pessoa necessita pode envolver medicamentos por um período, e na maioria dos casos, é sobre alterar padrões de pensamento, hábitos e a perspectiva em relação à vida, algo que um competente profissional de saúde mental pode fornecer por meio de um suporte profundo.
No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) disponibiliza assistência voluntária e gratuita por meio do telefone (188), chat e e-mail, assegurando total confidencialidade dos casos para aqueles que necessitem de ajuda. Além do CVV, outros serviços voltados para a saúde mental, como psicólogos, psicanalistas e psiquiatras, oferecem apoio profissional para aqueles que estejam enfrentando problemas..
E você, encontra-se precisando de auxílio ou conhece alguém que esteja precisando? Não espere e busque ajuda imediatamente!