No mundo em que vivemos hoje, com tantas informações e demandas, é comum as pessoas se esquecerem de algumas coisas ou se portarem de formas agitadas ou desatentas em algumas situações. Até mesmo muitas crianças e jovens já têm demandas demais, com horários para escola, cursos, com interações em redes sociais e jogos etc. Desatenção e agitação no dia a dia são normais, mas algumas pessoas têm um transtorno, o TDAH ou Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, o que as faz serem mais desatentas e inquietas do que as pessoas da mesma idade, dificultando com que tarefas simples sejam realizadas ou obedecidas.
O TDAH é um transtorno que afeta crianças, jovens e adultos, mas que tem início na infância. Nem toda pessoa com dificuldade de manter a atenção em algo, ou com dificuldade de se manter quieta, tem TDAH. Muitas vezes, essas características podem ser sintomas de outra condição mental, mesmo que apenas um estresse momentâneo, por isso o diagnóstico deve ser feito por um profissional experiente. Para se diagnosticar o transtorno, o profissional vai conduzir uma série de procedimentos, que constam do DSM – 5 (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 5.ª edição) desenvolvido pela Associação Americana de Psiquiatria para definir como é realizado o diagnóstico de transtornos mentais.
Uma criança ou jovem com TDAH muitas vezes recebe alguns rótulos, geralmente incorretos. A pessoa com o transtorno tem dificuldade de concentração, mas isso, em regra, se dá devido a ela ter um cérebro hiperestimulado, o que a faz pensar em diversas coisas ao mesmo tempo, não conseguindo, portanto, se focar apenas em uma. A hiperatividade é consequência desse estímulo de ideias e percepções sobre as coisas que a rodeiam, então, a criança ou jovem com TDAH não é menos inteligente que as outras pessoas, mas sim tem um funcionamento cerebral diferente, o que pode exigir práticas diferentes no dia a dia.
Não há um consenso total, mas estudos apontam que o TDAH está ligado a uma produção disfuncional de dopamina, que é um hormônio que está diretamente ligado à motivação e ao prazer. Na pessoa com o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade há quantidades menores desse hormônio, por isso, acredita-se, que o excesso de atividade, que gera a desatenção, é a busca constante por acontecimentos que visam estimular a produção de dopamina, já que ela motiva e dá prazer.
O paciente, quando diagnosticado com TDAH, tem a seu dispor uma série abrangente de possibilidades de tratamento, a depender de vários fatores percebidos pelo profissional de saúde mental. O tratamento pode envolver uso de remédios em alguns casos, mas de forma geral, o que os pacientes precisam é de organização e rotina. Medicamentos indicados de forma incorreta podem agravar o caso, pois podem aumentar a ansiedade da pessoa. A importância da rotina e organização na vida de quem tem o transtorno é que a pessoa, ao saber antecipadamente quais serão seus afazeres durante o dia, se sentirá mais tranquila e terá um norte. Outras estratégias serão trabalhadas pelo profissional para que o paciente possa se sentir cada vez mais calmo, assim agindo de forma mais tranquila e conseguindo se focar melhor e por mais tempo em suas atividades.
Ainda hoje, crianças e jovens com TDAH são estigmatizadas, sendo consideradas menos inteligentes e mais difíceis de lidar, o que não é uma verdade. Essas pessoas apenas têm um funcionamento cerebral diferente, assim como outras pessoas podem ter uma atividade cerebral específica, sem ter nenhum transtorno, ou por ter um transtorno diferente. Geralmente o TDAH é uma pessoa muito inteligente, só tendo necessidade de organizar sua rotina.