A paciência é considerada uma virtude e muitas pessoas sonham em tê-la. Alguns acham que a paciência está em suportar as adversidades da vida, só que esse é apenas um ângulo pelo qual essa virtude pode ser vista. Há um aspecto muito importante que deve ser levado em conta e é sobre ele que falarei neste artigo.
Estamos em um mundo onde cada vez mais as pessoas se sentem estressadas, e muitos desentendimentos acontecem por motivos pequenos, pois a maioria das pessoas parece estar à flor da pele. Muitos, se dando conta disso, buscam maneiras de serem mais pacientes com os demais, mas encontrarão muitas dificuldades se basearem a sua intenção unicamente na vontade e determinação.
Imagine uma professora que tenha em sua turma de alunos alguns com sérias dificuldades de aprendizagem e comportamento. Se essa profissional compreender que deve desenvolver a paciência para que seu trabalho se torne mais efetivo, mas suas bases de sustentação forem a força de vontade e a determinação, fatalmente ela falhará, pois essas características, por si só, apesar de importantes, não sustentarão essa intenção nela, e, eventualmente, a professora acabará cedendo à impaciência, uma hora ou outra.
A virtude da paciência sendo vivida diariamente
Os motivos que tornam uma pessoa impaciente só podem ser trabalhados com efetividade quando se muda uma chave, de intenções internas para externas. Enquanto força de vontade, determinação e resistência fazem a pessoa suportar a adversidade, é somente com atitudes de bondade e amor que ela conseguirá realmente adquirir a virtude da paciência.
Pensando na professora, ela terá muito mais sucesso na busca dessa virtude se ao invés de tentar ser paciente diante da ação dos seus alunos, ela começar a amar o processo de compreensão sobre aquelas crianças. Por que algumas não aprendem? O que faz outras serem indisciplinadas? Em contrapartida, por que algumas aprendem bem e são comportadas?
Ao adotar ações de bondade, direcionadas de forma afetiva aos seus alunos, essa profissional de fato terá mais efetividade em se tornar uma pessoa mais paciente.
Uma mesma coisa sob duas perspectivas
Imagine o seguinte cenário: todos os dias uma pessoa terá que lavar um carro depois do expediente de trabalho. Sem exceção, ela deverá repetir essa ação todos os dias.
Agora imagine que ela tem esse desafio como uma forma de trabalhar a sua paciência, pois acha oneroso lavar o carro todos os dias. Provavelmente ela ficará cheia daquilo em alguns dias, ou no máximo meses, e se mesmo assim decidir continuar, será com uma dose considerável de reclamação, mesmo que internamente.
Agora pense o mesmo cenário, só que a pessoa lava esse carro todos os dias, não apenas para trabalhar sua paciência. Esse carro, somente após lavado, poderá ser usado para que idosos de uma casa de repouso possam passear e ir ao médico efetuar tratamentos das quais precisam. Você não acredita que será muito mais fácil para essa pessoa ser paciente diante da rotina diária de lavar o carro, sabendo que essa ação permitirá com que o automóvel seja utilizado para boas causas?
A chave de mudança é simples
Se você quer trabalhar sua paciência diante das situações, modificar sua perspectiva é algo muito importante. É uma ideia similar a que será tratada no próximo artigo: “Como olhar para a tristeza na vida cotidiana”. A diferença é que nem tudo o que deixa uma pessoa triste, necessariamente consome sua paciência, e nem tudo o que exige a paciência de uma pessoa a deixa triste. A leitura dos dois artigos será importante para compreender a ideia de uma forma mais abrangente.
Caso você se encontre em um momento de tensão, e está trabalhando para que possa reagir de forma paciente diante dele, tente não somente recrutar a força e a perseverança, mas sim uma visão com atos voltados para a bondade, o amor e a caridade e veja se o caminho rumo a essa virtude não será mais prazeroso de se caminhar!