Iniciando mudanças na prática.

Você sabe a influência que a boa alimentação, hidratação e sono tem na tua vida?

Dando seguimento as dicas para que você estabeleça algumas bases importantes para o auxílio da saúde mental, explicarei primeiramente, de uma forma um pouco mais detalhada, três das seis bases apresentadas na primeira parte desta série de artigos. Clique aqui e leia o primeiro artigo. 

Hoje falaremos sobre boa alimentação, hidratação e qualidade do sono. Lembro a você que a boa vivência dessas práticas é importante na vida de todos e que tais práticas auxiliam no bom funcionamento do corpo e da mente, consequentemente, são uma base fundamental para a saúde psíquica, não substituindo, entretanto, o tratamento psicológico.

Iniciarei falando sobre a alimentação.

Uma alimentação balanceada deve ter a quantidade apropriada de bons nutrientes e fonte de energia, como os carboidratos, que são encontrados em alimentos como o arroz, a batata, a mandioca, o milho, o macarrão, dentre outros. Proteínas, que são ingeridas ao consumir alimentos como carnes, peixes, ovos, leite e derivados, etc. Gorduras boas, encontradas em alimentos como nozes, castanhas e semente de girassol e abóbora. Fibras, que encontramos em alimentos como o feijão, maçã, uva, aveia, etc. e o cálcio, encontrado em derivados do leite, repolho, alho e outros. 

O número de alimentos que compõem cada gênero alimentício é enorme, e o aconselhável é que um profissional de nutrição te ajude na composição do seu cardápio. Abaixo, veremos uma tabela que elenca alguns desses alimentos e os benefícios de cada gênero alimentício. 

O nosso corpo precisa de “combustível”, então todos devem ter um olhar bem atento à alimentação. Se você sente fraqueza ou indisposição, um dos fatores pode estar diretamente ligado a forma como você se alimenta. Caso esteja enfrentando algum desafio que altere o seu  emocional, a má alimentação pode desencadear uma indisposição física que piora os sintomas. 

Uma pessoa cansada pode ser aquela que não sente motivação para sair com a família ou os amigos. Poucas profissões ou atividades do dia a dia são realmente muito cansativas, mas se tornou normal pessoas com menos de trinta e cinco anos relatarem um cansaço frequente, mesmo que o corpo não seja muito exigido fisicamente. É lógico que vários fatores, como o sedentarismo, contribuem para isso, mas esse é um tema que vamos tratar na próxima postagem. Entretanto, é necessário compreender que se uma pessoa se alimenta mal, vai se sentir desmotivada. Se tem a intenção de mudar, o corpo vai rejeitar a mudança, caso não tenha uma  alimentação balanceada. 

Então, não esqueça de que a alimentação e os nutrientes corretos ajudam no bom funcionamento do corpo, colaborando assim para que a saúde mental também seja beneficiada. Deixe um pouco de lado as comidas rápidas, embutidos e alimentos industrializados, comece a consumir mais comida caseira (mesmo que faça isso fora da sua casa) e alimentos naturais, como as frutas. Faça um prato variado e cheio de cor. Com certeza isso impactará positivamente em sua qualidade de vida, podendo sentir os efeitos positivos em breve. 

Agora vamos falar de outra base importante, que é a hidratação.

Assim como a alimentação, a hidratação correta é responsável pelo bom funcionamento do corpo. Nosso corpo e nosso cérebro, é composto na maior parte por água, então, esse é um elemento primordial que devemos ter atenção. 

Para funcionar, mesmo se estivermos dormindo, nosso corpo usa parte da água que há nele. A desidratação acontece quando o corpo utiliza, para funcionar, mais água do que ingerimos. Quando uma pessoa se encontra desidratada, começa a sentir sinais de fraqueza e cansaço que podem prosseguir para algo mais grave, como desmaios, confusão mental e até mesmo a morte. 

O consumo abaixo do recomendado de água, assim como de bons líquidos, como  os sucos naturais, é negligenciado por muitas pessoas. Um dos fatores é que, diferentemente da refeição, em que a pessoa visualiza a quantidade e diversidade no prato, com a ingestão de líquido isso não se torna evidente. Muitas pessoas bebem menos de dois litros de água por dia. A quantidade que uma pessoa deve consumir pode variar muito, dependendo de vários fatores, como o peso. 

Nosso cérebro é revestido por água e demais líquidos que auxiliam na proteção do órgão e no seu correto funcionamento. Muitos dos nutrientes que nosso corpo precisa são obtidos ao nos alimentarmos bem (lembra da importância da boa alimentação?) e dependem da boa hidratação para serem melhor aproveitados, melhorando a saúde de todo o corpo, incluindo a comunicação neural. 

Se você não sente muita sede durante o dia, isso não é sinal de que seu corpo precisa de pouca água, mas sim de que ele se acostumou a ter pouca água. Quando você sente sede, significa que seu organismo já entrou em exaustão pela Esse é um problema grave! 

Uma dica é que você compre uma garrafa para levar na bolsa ou mochila, e que passe a calcular quantos litros de água consome diariamente. Se você é um adulto, beba o mínimo de dois litros por dia. Seu corpo vai agradecer!

Para finalizarmos esse segundo artigo (o terceiro vem na próxima semana – ou clique aqui para ler a terceira parte) falarei sobre a importância da qualidade do sono.

Considerando que uma pessoa dorme, em média, oito horas por dia, isso significa que passa um terço da vida dormindo. Isso com certeza não é atoa. O sono é restaurador para o corpo e algo extremamente necessário para a nossa vida. 

Várias pessoas se dedicam a estudar os efeitos que uma boa noite de sono, ou a falta dela, causa nos seres humanos. Um relato frequente dos pacientes é a dificuldade para dormir bem. Se uma pessoa se sente ansiosa, por exemplo, pode ter a noite de sono prejudicada, o que provavelmente vai piorar o seu estado emocional. Mesmo se não for esse o caso, somente uma má noite de sono pode ser suficiente para estragar o dia de uma pessoa, a deixando cansada e desfocada, já que sobrevém a ela um peso muito grande que só vai desaparecer após dormir. 

Excluindo fatores naturais, hoje há muitos estímulos para as pessoas não dormirem bem, como as redes sociais, serviços de streaming, etc. Você já foi dormir tarde pois estava vendo um filme ou uma série? Já adentrou a madrugada conversando com alguém no WhatsApp ou em uma Rede Social? A tecnologia é algo excelente, pois temos acesso por meio da internet a muitas coisas boas, inclusive gratuitas, como cursos e aulas, além de podermos nos comunicar com pessoas que estão longe de nós. Mas se isso for usado de uma forma desregrada, pode conduzir a uma má qualidade do sono. 

Os fatores tecnológicos, se usados de forma desordenada, também confundem o cérebro de uma pessoa. Um dos maiores reguladores do sono é a luz. Por milênios, os seres humanos tinham como regra o dia e a noite, apenas. Hoje, a luz artificial pode fazer com que alguém fique mais tempo acordado, confundindo ou desregulando seu relógio biológico. Uma dica que dou é que todos determinem um horário para largar o celular ou desligar a TV, ficando ao menos uma hora sem o contato da luz desses aparelhos diretamente nos olhos antes de dormir. Uma boa troca é usar esse tempo antes do repouso para ler um livro, organizar parte do dia seguinte ou dedicar um tempo para refletir e meditar. A exposição à luz do sol, durante o dia, é outro fator muito importante. Não basta apenas acordar, ficar horas acordado e achar que o corpo vai sentir sono no horário apropriado a noite. É necessário se expor à luz natural para seu corpo saber que o dia começou para você, assim ele passa a operar com alguns hormônios específicos. Se uma pessoa acorda às sete da manhã, mas fica no escuro até às nove só se expondo ao sol após esse horário, o cérebro vai compreender que foi às nove que ela acordou, não às sete da manhã. Mas sobre isso falaremos na próxima parte da série de artigos. 

 Nosso corpo precisa de regras. Quando falamos em relógio biológico, isso se refere também ao hábito de dormir e acordar em horários quase sempre similares, mesmo que exista uma certa variação no dia a dia. Assim como normalmente sentimos fome em certos horários do dia (com uma pequena variação também), o sono deve seguir o mesmo sistema. O relógio biológico funciona com “marcações”. O que isso significa? Se começarmos a fazer coisas em horários específicos, nosso cérebro se acostumará a essa boa rotina. Para dormir bem precisamos enviar informações ao nosso cérebro e ao nosso corpo, e isso se faz com prática e rotina. Você sabia que praticar atividade física à noite pode dificultar o sono e que tomar café, chá preto, coca cola e até comer chocolate também podem contribuir?

Pois é, para algumas pessoas essa prática pode prejudicar o sono.

O sono determina não somente o nosso descanso, mas é um fator determinante na qualidade de vida. Preste atenção em como está sendo a qualidade do teu sono, até mesmo anote por alguns dias o horário em que dorme e acorda. Tente deixar o celular de lado, nunca dormir com ele  embaixo do travesseiro e deixe  o filme para o dia seguinte. Se possível, se programe para dormir de sete a oito horas por noite. Seu corpo e sua mente vão agradecer. 

Hoje falei sobre três fatores importantes para a saúde mental, que são a boa alimentação, a hidratação e o sono. Resolvi começar por esses três, pois são mudanças que exigem um menor esforço para organizar, pois é natural uma pessoa sentir, todos os dias, fome, sede e sono, então, são uma base mais acessível. No próximo artigo, contudo, falaremos de outros três fatores que muitas pessoas não sentem vontade de trabalhar naturalmente, que são a atividade física, a meditação ou ter um tempo diário de qualidade e a organização. 

Lembro a todos que essas dicas são conceituais, e que o adequado é a consulta com profissionais específicos, como o nutricionista. Dentro de um tratamento psicanalítico o profissional sabe identificar quais direcionamentos deve dar ao paciente, para assim auxiliar no processo de melhora. 

Como já mencionado no começo deste artigo, essas dicas não substituem o tratamento psicanalítico, mas com certeza são hábitos muito importantes que todas as pessoas devem ter, sem exceção.

Nos vemos no próximo artigo, a parte três. Até a próxima!