A mente humana é extremamente complexa, sendo capaz de realizações incríveis. As emoções de uma pessoa e os pensamentos que ela tem podem tanto construir coisas boas como arruiná-las. A mente pode permitir que alguém conheça o fundo do poço ou que saia dele em um instante. Algumas doenças que se manifestam fisicamente podem ter uma origem emocional, o que chamamos de doenças psicossomáticas.
As doenças psicossomáticas nascem em um ponto invisível, a alma, com seus sonhos, projetos, medos, desejos, refletindo sinais no ponto visível, o corpo, de uma forma física na pessoa. Como exemplo, podemos utilizar o mal estar gástrico. Uma pessoa pode sentir enjôo, dores estomacais e ter um mal funcionamento do intestino, onde diante de uma investigação clínica não será encontrado nenhum fator que determine aqueles sintomas, indicando, provavelmente, que essa enfermidade no corpo tem origem na mente, provavelmente reflexo de uma angústia, que pode ser consciente ou inconsciente.
Os profissionais de psicologia são preparados para identificar a somatização de sintomas nos seus pacientes. Infelizmente muitos desses pacientes demoram para procurar ajuda com esses profissionais, pois muitos ainda se deparam com preconceitos e deboche por parte de conhecidos, amigos e familiares, que dizem, muitas vezes, que aquilo não é nada, ou que é uma frescura.
As situações de estresse são as maiores causas do início das doenças psicossomáticas. Longas jornadas de trabalho, muito tempo preso no trânsito, má remuneração, dívidas, pouco tempo de descanso, mal relacionamento no trabalho, medo de ser demitido, são alguns motivos que podem desencadear dores de cabeça, enxaqueca, cansaço persistente, dores nas articulações, visão turva, entre outros.
As doenças psicossomáticas geralmente assumem muito a forma do período ou circunstância da vida da pessoa. Isso quer dizer que as tensões provenientes de dramas pessoais ou sociais, podem influenciar diretamente nessa condição, trazendo assim os sintomas físicos ao corpo. Os sintomas físicos não partem unicamente de um medo de ter uma doença, como por exemplo, a pessoa saber que um familiar teve uma determinada enfermidade e a partir de um receio de padecer do mesmo mal, ela dar início aos sintomas que são reflexos daquele receio, mesmo que ela clinicamente não tenha a mesma doença. Uma doença psicossomática pode surgir de aflições sobre o mundo, como a pandemia, ou sobre dramas pessoais, como o medo de não conseguir determinado cargo no trabalho. A mente, inconscientemente, pode tentar fugir da realidade que não quer enfrentar, criando condições psicossomáticas que a pessoa talvez nem tenha pensado anteriormente, como ter a paralisia de algum membro do corpo, como os movimentos das mãos, ou uma cegueira temporária, tudo apenas como um mecanismo do corpo, agindo de forma errada, para que a pessoa tenha um motivo para não se colocar diante do seu drama e enfrentá-lo. Com o tratamento correto, essas condições podem ser revertidas.
No consultório com o profissional de saúde mental, você será tratado com todo carinho e consideração, sendo realizados os procedimentos para se identificar o grau de somatização do paciente diante daquilo em que não está dando conta como : raiva, medo, insegurança, desejos etc. e quando já descartados fatores clínicos. O profissional de psicologia indicará os meios de proteção aos riscos que forem identificados, assim atuando nos motivos de ansiedade que conduzem aos sintomas vistos no corpo. Devo também lembrar que a somatização de sintomas pode conduzir o indivíduo a condições de saúde extremas, que podem não ser reversíveis ou que deixam graves sequelas, como um ataque cardíaco. Outro perigo do não tratamento dos sintomas psicossomáticos é a depressão. Em alguns casos, além da terapia, pode ser necessário o uso de medicamentos. Esses serão indicados por um profissional de psiquiatria, tendo um tempo para terminar, conforme remissão dos sintomas.
As doenças psicossomáticas também são muitas vezes encaradas pelo paciente apenas como uma fase da vida. É comum pessoas chegarem aos consultórios dos profissionais relatando que os sintomas estão frequentes há meses, ou anos, mas que elas acreditavam que iriam embora em breve. Muitos só procuram ajuda quando as condições físicas já estão bastante comprometidas. Importante lembrar que o meio tem um papel bastante relevante no desenvolvimento de qualquer doença, a genética é responsável apenas por 30%, 70% é do meio em o indivíduo está inserido.
Se você identifica sintomas em você, sinais de dispersão constante, de fraqueza, falta de foco, desmotivação, baixa libido, irritabilidade ao mesmo tempo em que percebe dores, má qualidade do sono, enjoos, dores de cabeça, procure ajuda, pois isso pode estar sinalizando possível desencadeamento de doenças psicossomáticas.