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A internet, ao mesmo tempo em que proporciona acesso à informação, aprendizado e diversão, também se tornou um espaço de grande vulnerabilidade emocional e psicológica para crianças e adolescentes. A recente série da Netflix, “Adolescência”, trouxe à tona um dos maiores desafios enfrentados por essa geração: o bullying e o cyberbullying.
Na trama, um adolescente é preso após assassinar uma colega de escola. Ao longo da investigação, descobre-se que a vítima fazia comentários constantes nas redes sociais do agressor, insinuando que ele era um “incel”, ou seja, um homem que se considera involuntariamente celibatário, geralmente associado a discursos de ódio e sentimentos de rejeição. No entanto, essa ligação só foi percebida graças ao relato de outro adolescente. Todos os policiais já tinham lido os comentários, mas não compreenderam a gravidade, pois as mensagens utilizavam uma linguagem repleta de códigos, gírias e emoticons típicos da cultura virtual atual, desconhecidos da maioria dos adultos.
O ABISMO ENTRE O MUNDO ADULTO E O UNIVERSO DIGITAL JUVENIL
Esse episódio fictício reflete uma realidade concreta: os adultos muitas vezes não compreendem o linguajar, os códigos e a profundidade das interações digitais dos jovens. O cyberbullying, diferente do bullying tradicional, se espalha de maneira silenciosa, invisível e constante. A vítima pode ser atacada 24 horas por dia, sem espaço de descanso, por pessoas conhecidas ou até mesmo por desconhecidos que se organizam em grupos virtuais.Se você tem notado mudanças de comportamento no seu filho ou filha, como retraimento, ansiedade, agressividade ou queda de rendimento escolar, marque uma consulta. Um profissional pode ajudar a entender o que está acontecendo por trás das telas.
PLATAFORMAS QUE ESCONDEM RISCOS
Ambientes virtuais como a plataforma Discord, originalmente criado para comunicação entre jogadores de videogame, têm sido utilizados por criminosos para atrair crianças e adolescentes. Primeiro, ganham a confiança, depois colhem informações pessoais e iniciam ciclos de chantagens. Esses abusos podem envolver desde envio de conteúdo íntimo até pedidos de automutilação.
Mesmo plataformas vistas como inofensivas, como o jogo Roblox, permitem interações por chat que colocam crianças e jovens em contato com desconhecidos. A ameaça nem sempre vem disfarçada de agressão. Muitas vezes, o criminoso se apresenta como alguém amigável, compreensivo e protetor. Diante disso, é fundamental que a criança tenha uma relação sólida de confiança com seus responsáveis. Se você percebeu que seu(ua) filho(a) evita mostrar o que vê no celular ou parece assustado(a) ao receber notificações, não ignore. Marque uma consulta. Às vezes, uma conversa com um profissional pode abrir portas para entendimentos muito importantes.
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ACOLHER É A PRIMEIRA PROTEÇÃO

Um dos maiores perigos enfrentados por crianças e adolescentes não está apenas na internet, mas na ausência de acolhimento e diálogo dentro de casa. Se o jovem não sente confiança para contar que está sendo ameaçado, ele se silencia. E, nesse silêncio, pode se submeter a exigências abusivas com medo de ser punido, julgado ou ignorado pelos próprios responsáveis, temendo que o agressor cumpra as ameaças de exposição que faz.
Monitorar os aparelhos tecnológicos é importante, mas não basta. Crianças e adolescentes criam perfis falsos, acessam plataformas escondidas e, muitas vezes, utilizam linguagens e estratégias que escapam totalmente ao olhar adulto. Por isso, além do controle, é preciso relacionamento, criando um ambiente seguro para que a criança ou jovem possa dizer “estou com medo”, “alguém me ameaçou” ou mesmo “fiz algo que me arrependo”, sem medo de punição por parte dos responsáveis.
O IMPACTO DAS TELAS NO DESENVOLVIMENTO
Outro ponto importante é a idade ideal para introduzir telas no cotidiano das crianças. O uso precoce e excessivo pode trazer prejuízos cognitivos, sociais, emocionais e até físicos. Há relatos crescentes de dificuldades de foco e atenção, distúrbios oftalmológicos e aumento de quadros de ansiedade e depressão em jovens com uso prolongado e desregulado da tecnologia.
Se você sente que perdeu o controle sobre o tempo de tela do seu filho(a) ou que ele(a) está dependente de jogos e redes sociais, não hesite. Marque uma consulta. Um acompanhamento psicológico pode ser decisivo para prevenir danos maiores.
A internet é um espaço vasto, com muitos benefícios, mas também com riscos graves, especialmente para quem ainda está em processo de amadurecimento. Acolher, ouvir e construir uma relação de confiança é o que torna os jovens verdadeiramente seguros. Não se trata apenas de proibir ou vigiar, mas de participar, conversar e estar presente.
Quando a confiança é cultivada desde cedo, os jovens sentem segurança para pedir ajuda. E, muitas vezes, essa ajuda pode ser a diferença entre o perigo silencioso e a proteção consciente.



