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O CUIDADO COM BEBÊ REBORN

Vanilsa
21 de junho de 2025
Artigos
bebê reborn, cuidado com afeto, escuta clínica, luto simbólico, maternidade psíquica, psicanálise e dor, saúde emocional
ANSIEDADES E CERTEZAS
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Entre o afeto, a dor e a necessidade de ser vista


Nos últimos tempos, os chamados “bebês reborn” passaram a ocupar um lugar cada vez mais presente nas redes sociais e na vida de muitas pessoas. Trata-se de bonecos extremamente realistas, com traços detalhados de um recém-nascido, que por muitos são cuidados com afeto, atenção e rotina, como se fossem bebês reais. Essa prática, no entanto, tem gerado debates intensos: entre quem critica com ironia e quem defende com entusiasmo. Já o papel do profissional da saúde mental é compreender. E acolher.


PARA ALÉM DO OBJETO EM SI, O OLHAR SOBRE QUEM CUIDA

O que leva uma pessoa a investir tempo, afeto e até mesmo rotinas inteiras em torno de um boneco que não está vivo? A resposta, do ponto de vista da psicanálise e da psicologia, não cabe em julgamentos rápidos, mas sim em escuta, empatia e análise cuidadosa.

Para algumas pessoas, o bebê reborn simboliza uma perda. Pode ser o luto por um filho que não nasceu ou que se foi. Pode ser o reflexo de um desejo profundo e frustrado de maternar. Em outros casos, o bebê reborn pode representar a própria pessoa em sua infância, numa tentativa inconsciente de oferecer agora o cuidado e o afeto que não recebeu antes. A dedicação ao boneco se torna um gesto de reparação, não de loucura, como muitos apressadamente rotulam, mas de sofrimento.

A pessoa que humaniza um objeto não o faz por capricho ou moda. Há ali uma dor real, mesmo que silenciosa. E essa dor merece ser ouvida. Em tempos em que ser ouvido já se tornou quase um privilégio, qualquer possibilidade de expressão emocional encontra formas de acontecer. O bebê reborn, muitas vezes, é uma dessas formas.


O ATO DE CUIDAR COMO FORMA DE SOBREVIVÊNCIA PSÍQUICA

Em momentos de sofrimento profundo, é comum que o psiquismo busque uma rota alternativa para tentar se reorganizar. Às vezes, essa rota é transferida para um objeto ou ser externo, como um animal, uma planta ou, neste caso, um bebê reborn. Essa transferência é uma tentativa de resgate emocional. A pessoa não está brincando de boneca, mas tentando cuidar de si, por meio do outro, mesmo que esse outro seja um boneco.

Há um exemplo que ganhou destaque na mídia e que ilustra o verdadeiro sentido do acolhimento. Um médico, ao ser procurado por uma mulher em desespero, relatando que seu bebê reborn estava doente, não a ridicularizou. Ele atendeu, escutou, olhou com respeito e fez o atendimento. Pode parecer simbólico, mas para aquela mulher, foi um gesto real. Um profissional que escolheu acolher a dor e não o comportamento.

Esse é, de fato, o papel da escuta clínica: não julgar o objeto da transferência, mas sim compreender a dor que ele está encobrindo.

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O LIMITE ENTRE O AFETO E A INDÚSTRIA


Contudo, é impossível ignorar que o tema ganhou também contornos comerciais. À medida que a prática se popularizou, surgiram nichos de mercado voltados à venda, produção e até influência digital com base no cuidado dos bebês reborn. Nesse ponto, é importante distinguir: existe um universo legítimo de pessoas que projetam afetos e dores nesse cuidado. Mas também há quem apenas aproveite o momento para monetizar, criando uma estética romantizada de algo que deveria ser compreendido com mais seriedade.

A romantização de uma prática que, para muitos, é uma tentativa de sobrevivência psíquica pode gerar ainda mais isolamento e confusão emocional. O que para uns é hobby, para outros é dor. O cuidado profissional deve ser, portanto, sensível a essa diferença.


O QUE A PSICANÁLISE E A PSICOLOGIA PODEM OFERECER?

Mais do que analisar o fenômeno em si, a psicanálise e a psicologia estão voltadas para o sujeito que vive essa realidade. O bebê reborn é um símbolo. E como todo símbolo, só faz sentido quando olhamos para quem o carrega.

O nosso olhar, como profissionais, deve partir sempre do acolhimento. O primeiro passo não é intervir, mas compreender. Acolher o sofrimento, investigar a história de vida daquela pessoa, oferecer escuta para que, aos poucos, o que está sendo depositado no boneco possa voltar ao lugar certo, o próprio sujeito.

O cuidado com bebês reborn não é um fenômeno simples, tampouco superficial. Envolve afetos profundos, dores complexas e histórias individuais que merecem respeito. Cabe a nós, profissionais, abandonar o olhar da crítica e oferecer o da escuta. Para que essas pessoas deixem de ser motivo de chacota ou da indústria do consumo e possam, enfim, ser vistas como o que são, pessoas em busca de cuidado. Que, por ora, encontram no bebê reborn um caminho. E que podem, com apoio e acolhimento, encontrar novos caminhos dentro de si.


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Psicóloga, Psicanalista, Psicopedagoga, Clínica e Institucional, Coach, Palestrante
CRP: 06/180728

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