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Hoje vivemos um tempo de grandes transformações, e a forma como nos comunicamos, interagimos e aprendemos mudou radicalmente nas últimas décadas. A escola também tem se transformado, mas nem sempre no mesmo ritmo em que o mundo se reinventa. Nesse cenário, muitos profissionais da educação, pais e responsáveis têm observado uma crescente dificuldade na aprendizagem das crianças.
É comum ouvirmos que os estudantes de hoje estão mais dispersos, desinteressados nas aulas tradicionais, e que a tecnologia, com seus jogos eletrônicos, vídeos curtos, redes sociais e estímulos constantes, tem contribuído para isso. De fato, o excesso de telas impacta diretamente nos processos cognitivos, no tempo de atenção, na memória e na capacidade de concentração. Mas será que esse é o único fator envolvido? Ou será que por trás dessas dificuldades podem existir questões emocionais profundas que merecem um olhar mais atento?
AS EMOÇÕES QUE INTERFEREM NO APRENDER
Aprender é um processo que envolve muito mais do que a simples exposição a conteúdos. A criança que aprende deve estar envolvida com o tema ensinado, disponível para um mundo novo. E isso exige segurança interna. Exige que ela esteja emocionalmente acolhida e minimamente estruturada.
Muitas dificuldades de aprendizagem que aparecem na escola têm raízes em experiências subjetivas que não são facilmente visíveis no cotidiano escolar. Algumas crianças enfrentam desafios que não têm a ver com sua capacidade intelectual, mas com dores internas que interferem diretamente em sua relação com o conhecimento.
Vamos a alguns exemplos:
- Inseguranças afetivas: crianças que vivenciam a ausência emocional de figuras parentais, separações conturbadas, falta de acolhimento, abandono ou perda de alguém importante, podem internalizar sentimentos de rejeição, inadequação e desamparo. Esses sentimentos se manifestam na escola através da apatia, desmotivação ou comportamentos de oposição.
- Baixa autoestima e autoimagem negativa: quando uma criança não acredita em si mesma, não se sente capaz ou se percebe como alguém “errado”, sua relação com os desafios se torna mais difícil. Ela pode desistir com facilidade, evitar se expor, se esconder nas atividades ou se distrair para não enfrentar o medo de falhar.
- Ansiedade e medos: há crianças que convivem com medo constante de errar, de não ser aceitas, de serem comparadas. Esses medos geram tensões internas que dificultam a concentração e o raciocínio lógico.
- Experiências de violência ou negligência: a exposição a ambientes inseguros, agressivos ou negligentes compromete a estrutura emocional da criança. A aprendizagem, nesses casos, deixa de ser prioridade interna, porque o foco psíquico está na sobrevivência emocional.
- Desorganização emocional: crianças com dificuldade de nomear e expressar o que sentem podem apresentar comportamentos desorganizados em sala. Elas reagem, muitas vezes, com agitação, distração ou oposição. Por trás desses comportamentos, pode haver dor não compreendida e não acolhida.
Esses são apenas alguns entre tantos fatores emocionais que podem atravessar o processo de aprendizagem. E, nesses casos, por mais que as escolas utilizem metodologias inovadoras ou estratégias pedagógicas diferenciadas, o avanço será limitado se a raiz do problema não for identificada e cuidada.
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O PAPEL DO ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO

Quando uma criança apresenta dificuldade de aprendizagem, é importante olhar para ela de forma integral. A escola tem um papel essencial nisso. Mas há aspectos que vão além do campo pedagógico e precisam ser abordados com escuta, cuidado e profundidade.
A psicoterapia infantil permite que a criança possa se expressar num espaço seguro, onde suas dores, medos, inseguranças e angústias possam ser acolhidos. O terapeuta, ao identificar essas questões, contribui significativamente para o fortalecimento emocional da criança, e isso impacta diretamente em sua relação com o aprender.
Além disso, o profissional pode orientar os pais e a escola, apontando caminhos para uma atuação mais sensível, estruturada e eficaz. Com base nas informações trazidas pela criança no processo terapêutico, podem ser feitas adaptações pedagógicas, ajustes na rotina e no trato diário, que respeitem o tempo e as necessidades emocionais da criança, com suas particularidades..
APRENDIZAGEM EXIGE VÍNCULO, CONFIANÇA E SENTIDO
Nem toda dificuldade de aprendizagem está relacionada a uma questão emocional, mas ignorar essa possibilidade é correr o risco de oferecer soluções superficiais para questões profundas. Quando escola, família e terapeuta caminham juntos, com escuta mútua e respeito, os resultados são potencializados.
Aprender não é apenas acumular informações. É construir significado. É confiar em si mesmo. É acreditar que vale a pena tentar. Por isso, é fundamental que os adultos estejam atentos aos sinais que a criança dá. Mudanças bruscas de comportamento, desinteresse repentino, quedas no rendimento ou falas de autodepreciação são sinais de alerta.
Ao perceber esses indícios, não hesite em procurar ajuda profissional. Um profissional da saúde mental pode ajudar a compreender o que está por trás da dificuldade e orientar no cuidado com a criança de forma individualizada e respeitosa.
Cuidar da saúde emocional de uma criança é também cuidar do seu futuro. E isso inclui ajudá-la a aprender, não apenas os conteúdos escolares, mas também sobre si mesma, sobre suas emoções e sobre como se colocar no mundo com coragem e segurança.
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